Os homens querem a luz mas preferem a escuridão, diz Francisco

O Papa começou sua alocução no Angelus deste domingo, (04/01), lembrando as palavras de São João no Evangelho do dia sobre a “verdadeira luz, aquela que ilumina todos os homens”, mas que os homens recusaram. “Os homens falam tanto da luz, mas frequentemente preferem a tranquilidade enganadora da escuridão” advertiu Francisco ao dizer que fala-se tanto na paz, mas com frequência “escolhemos o silêncio cúmplice ou não fazemos nada de concreto para promovê-la”.

Promotores da Paz
O Papa voltou a citar o tema da sua mensagem para o Dia Mundial da Paz, “Não mais escravos, mas irmãos”, e reiterou: “O meu desejo é que chegue ao fim os abusos do homem para com o homem. Estes abusos são uma praga social que mortifica as relações interpessoais e impede que haja uma vida de comunhão marcada pelo respeito, pela justiça e pela caridade. Todos os homens e povos têm fome e sede de paz e para isso é necessário e urgente construir a paz”.

Paz não é ausência de guerra
Alertando os milhares de fiéis que se reuniram na Praça São Pedro para acompanhar a oração, Francisco esclareceu que a paz não é somente a ausência de guerra, mas uma condição na qual a pessoa humana está em harmonia com ela mesma, com a natureza e com os demais. “Calar as armas e apagar as chamas da guerra é ainda a condição inevitável para dar início a um caminho que leva à conquista da paz nos seus diferentes aspectos”, exortou o Papa.

Ao refletir sobre aos conflitos que ainda deixam marcas de sangue em tantas regiões do Planeta, Francisco encoraja a termos certeza que a paz é possível. “Devemos ter a convicção de que, apesar de todas as aparências contrárias, a concórdia é sempre possível, em todos os níveis e em todas as situações. Não há futuro sem propósitos e projetos de paz, não há futuro sem paz", concluiu.

Papa anuncia nome dos novos cardeais.
 
O Consistório do dia 14 de fevereiro será o segundo do Pontificado de Francisco

O Papa anunciou, neste domingo (03/01) os nomes dos novos cardeais que ele criará no Consistório do próximo dia 14 de fevereiro. No total, serão 15 novos cardeais que, vindos de 14 países “manifestam a indissociável ligação entre a Igreja de Roma e as Igrejas particulares”, assegurou Francisco.

São eles:
- Dom Dominique Mamberti, Arcebispo de Sagona, Prefeito do Supremo Tribunal da Signatura Apostólica; (França)
- Dom Manuel José Macário do Nascimento Clemente, Patriarca de Lisboa (Portugal);
- Dom Berhaneyesus Demerew Souraphiel, C.M., Arcebispo de Addis Abeba (Etiópia);
- Dom John Atcherley Dew, Arcebispo de Wellington (Nova Zelândia);
- Dom Edoardo Menichelli, Arcebispo de Ancona-Osimo (Itália);
- Dom Pierre Nguyên Văn Nhon, Arcebispo de Hanóid (Vietnã);
- Dom Alberto Suárez Inda, Arcebispo de Morelia (México);
- Dom Charles Maung Bo, S.D.B., Arcebispo de Yangon (Myanmar);
- Dom Francis Xavier Kriengsak Kovithavanij, Arcebispo de Bangkok (Tailândia);
- Dom Francesco Montenegro, Arcebispo de Agrigento (Itália);
- Dom Daniel Fernando Sturla Berhouet, S.D.B., Arcebispo de Montevidéu (Uruguai);
- Dom Ricardo Blázquez Pérez, Arcebispo de Valladolid (Espanha);
- Dom José Luis Lacunza Maestrojuán, O.A.R., Bispo de David (Panamá);
– Dom Arlindo Gomes Furtado,  Bispo de Santiago de Cabo Verde (Cabo Verde);
- Dom Soane Patita Paini Mafi, Bispo de Tonga (Ilhas de Tonga);

O Papa também vai criar cardeais cinco arcebispos eméritos, sem direito a voto em Conclave, que se destacaram pela caridade pastoral no serviço da Santa Sé de à Igreja. “Eles representam tantos bispos que, com a mesma solicitude de pastores, deram testemunho de amor a Cristo e ao Povo de Deus seja nas Igrejas particulares, seja na Cúria Romana, assim como no Serviço Diplomático da Santa Sé”, destacou Francisco.

São eles:
Dom José de Jesús Pimiento Rodríguez, Arcebispo emérito de Manizales (Colômbia);
Dom Luigi De Magistris, Arcebispo de Nova, Pró-Penitencieiro Maior emérito (Itália);
Dom Karl-Joseph Rauber, Arcebispo de Giubalziana, Núncio Apostólico; (Alemanha)
Dom Luis Héctor Villalba, Arcebispo emérito de Tucumán (Argentina);
Dom Júlio Duarte Langa, Bispo Emérito de Xai-Xai (Moçambique).

“O critério mais evidente é o da universalidade”, afirmou o Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé e Diretor da Rádio Vaticano, Padre Federico Lombardi, ao contextualizar a divulgação dos nomes dos novos cardeais feita pelo Papa durante o Angelus deste domingo (04/01).

No total, 15 novos cardeais com direito a voto em Conclave serão criados por Francisco no Consistório do próximo dia 14 de fevereiro. Os futuros cardeais são provenientes de 14 países diferentes: 5 da Europa, 3 da Ásia, 3 da América Latina (México incluído), 2 da África e 2 da Oceania. “Vemos a presença de países que nunca tiveram um cardeal (Cabo Verde, Tonga, Myanmar), de pequenas comunidades eclesiais ou em situação de minoria”, afirmou Lombardi.

A estas realidades particulares pertencem o Bispo de Tonga, Dom Soane Patita Paini Mafi, presidente da Conferência Episcopal do Oceano Pacífico, assim como Dom Arlindo Gomes Furtado, bispo de Santiago de Cabo Verde, uma das mais antigas dioceses da África, sem esquecer do Arcebispo de Morelia, Dom Alberto Suárez Inda, região mexicana conturbada pela violência

Tradição
Neste segundo Consistório do seu Pontificado, observa-se que Francisco volta a olhar para as “periferias existenciais”, não se detendo a meras nomeações. “Nota-se que entre os novos cardeais está somente um da Cúria Romana. Confirma-se também que o Papa não se sente vinculado às tradições das ‘sedes cardinalícias’ – que eram motivadas por razões históricas em diversos países – e que, por isso, o cardinalato era quase que, automaticamente, vinculado a tais sedes”, esclareceu Lombardi.

Foto: ANSA
Fonte: br.radiovaticana.va

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