Papa: fé passa por desafios como toda experiência autêntica de amor
Papa compartilhou sua reflexão
deste domingo a partir do episódio das Bodas de Caná, em que Jesus atende ao
pedido de sua Mãe e transforma água em vinho para que os esposos possam
continuar a festejar as bodas. Após recitar o Angelus, Francisco recordou que
neste domingo também se celebra o Jubileu dos Migrantes e dos Refugiados, e
pediu para que todos rezassem juntos pelas vítimas dos atentados em Burquina
Faso e na Indonésia.
Assista à integra do Angelus
Abaixo, publicamos a íntegra das
palavras do Papa.
"Caros irmãos e irmãs,
O Evangelho deste domingo
apresenta o evento prodigioso acontecido em Caná, um vilarejo da Galileia,
durante as bodas em que participaram também Maria e Jesus, com os seus
primeiros discípulos. A Mãe faz o filho perceber que falta vinho e, Jesus, depois
de ter respondido que ainda não tinha chegado a sua hora, atende o pedido da
Mãe e doa aos esposos o melhor vinho de toda a festa.
O Evangelista destaca que “este
foi o início dos sinais cumpridos por Jesus, Ele manifestou a sua glória e seus
discípulos acreditaram nele”. Os milagres, então, são sinais extraordinários
que acompanham a pregação da Boa Nova e têm o objetivo de suscitar ou reforçar
a fé em Cristo. No milagre acontecido em Caná, podemos ver um ato de
benevolência de Jesus para com os esposos, um sinal da benção de Deus sobre o
matrimonio. O amor entre homem e mulher é uma boa estrada para viver o
Evangelho, ou seja, para percorrer com alegria a via da santidade.
Mas o milagre de Caná não diz
respeito somente aos esposos. Toda pessoa humana é chamada a encontrar o Senhor
como Esposo da sua vida. A fé cristã é um dom que recebemos com o Batismo
e que nos permite encontrar Deus. A fé perpassa tempos de alegria e de dor, de
luz e de obscuridade, como em toda autêntica experiência de amor. A história
das bodas de Caná nos convida a redescobrir que Jesus não se apresenta a nós
como um juiz pronto a condenar as nossas culpas, tampouco como um comandante
que impõe que sigamos cegamente as suas ordens; se apresenta como Salvador da
humanidade, como irmão, como irmão mais velho, Filho do Pai: como Aquele que
responde as expectativas e promessas de alegria que moram no coração de cada um
de nós.
Então, podemos nos perguntar:
realmente conheço o Senhor assim? Sinto-O como Esposo da minha vida? Lhe estou respondendo
à altura o amor que Ele manifesta todos os dias a mim e a todos os seres
humanos?
Trata-se de perceber que Jesus
nos procura e nos convida a dar-lhe espaço no íntimo de nosso coração. E
neste caminho de fé com Ele não ficamos sozinhos: recebemos o dom do Sangue de
Cristo.
As grandes ânforas de pedra
cheias de água que Jesus transforma em vinho são sinal da passagem da antiga à
nova aliança: no lugar da água usada para a purificação ritual, recebemos o
Sangue de Jesus, derramado de maneira sacramental na Eucaristia e de modo cruel
na Paixão e na Cruz. Os Sacramentos, que brotam do Mistério Pascal, infundem em
nós a força sobrenatural e nos permite de experimentar a misericórdia infinita
de Deus.
A Virgem Maria, modelo de
meditação da palavra e dos gestos do Senhor, nos ajude a redescobrir com fé a
beleza e a riqueza da Eucaristia e dos outros Sacramentos, que tornam presente
o amor fiel de Deus para nós. Poderemos assim enamorar-nos sempre mais do
Senhor Jesus, nosso Esposo, e ir ao Seu encontro com as lâmpadas acesas da
nossa fé alegre, sendo assim seus testemunhos no mundo.
Jubileu dos Migrantes
Hoje ocorre o dia mundial do
migrante e do refugiado que, no contexto do Ano da Misericórdia, também é
celebrado o jubileu do migrante. Tenho o prazer, portanto de saudar com grande
afeto as comunidades aqui presentes, provenientes das várias regiões da Itália,
especialmente de Lácio. Caros migrantes e refugiados. Cada um de vocês traz
consigo uma história, uma cultura, valores preciosos, e frequentemente
infelizmente também experiências de miséria, de opressão, de medo. A presença
de vocês aqui na Praça e sinal de esperança em Deus. Não deixem que vos roubem
a esperança e a alegria de viver, que brotam da esperança da Divina
Misericórdia, também graças as pessoas que acolhem vocês e os ajudam. A
passagem pela porta santa e a Missa que daqui a pouco vocês viverão, preenchera
o coração de vocês de paz. Agradeço aos detentos da penitenciaria de Opera, pelo
presente das hóstias confeccionadas que eles mesmos confeccionaram, e que serão
utilizadas nesta celebração.
Saúdo coma feto a todos vocês,
peregrinos provenientes da Itália e de outros países: em particular, As
associações culturais Napredak, de Sarajevo; os estudantes espanhóis
de Badajoz e Palma de Mallorca; e os jovens de OsteriaGrande
(Bolonha).
Todos juntos desejamos dirigir a
Deus uma oração pelas vítimas dos atentados ocorridos nos últimos dias na
Indonésia e Burquina Faso. O Senhor os acolha na sua casa, e sustente
o empenho da comunidade internacional para construir a paz".
Fonte: http://br.radiovaticana.va/
Foto: Reuters / Facebook Rádio
Vaticano
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