Padre Daniel Ramos: “Foi um prazo muito curto, mas um tempo favorável para construir amizades profundas."



O sábado dia 16 de janeiro de 2016 entrou para a história de nossa Paróquia Sagrada Família. Pe. Daniel Ramos, msf se despediu da paróquia para assumir uma nova missão no Seminário Sagrada Família, em Montes Claros. 

Mesmo com chuva, fiéis representando todas as comunidades, movimentos e pastorais estiveram presentes na Santa Missa. A Santa Missa do 3º sábado é organizada pelo ECC (Encontro de Casais com Cristo) e é voltada para a Família. 

Pe. Daniel foi o presidente da celebração, que foi concelebrada pelo nosso pároco o Pe. Laurindo, msf. 

Em sua homilia, o Pe. Daniel refletiu sobre a Liturgia do 2º Domingo do Tempo Comum. Veja a seguir alguns pontos importantes de sua reflexão.

“Na Primeira Leitura nós vemos que Deus é fiel ao seu povo, porém a sua esposa (Israel) nem sempre é fiel. Troca este Deus por outros deuses, porém Deus mantém-se fiel até o fim. Ele olha para o seu povo, tem misericórdia. Na Segunda Leitura, vemos que há muitos dons, muitos carismas, há uma diversidade em tudo o que a vida pretende, e o Espírito Santo é quem favorece esta diversidade. No Evangelho, percebemos um novo tempo, que propõe vida nova para a comunidade cristã.”

“Não podemos olhar para o Evangelho de hoje, como fazendo apologia às bebidas. O vinho da alegria, não é uma bebida que entorpece, que faz perder a consciência, que faz sair fora de si.  A alegria que o Evangelho propõe não é do beber para esquecer os problemas, para sair da realidade, para fugir de nosso cotidiano, mas da alegria que deve prevalecer naqueles que querem servir e fazer o novo acontecer.”

 
“Há uma mulher atenta a realidade. Maria percebe que o vinho veio a faltar. Ela pede o Filho para olhar para esta realidade. Depois pede para um dos servidores: ‘Faça o que Ele vos disser.’ Como precisamos fazer aquilo que nos pede Deus. A nossa aliança com Deus deve ser inquebrantável, duradoura, indissolúvel.”

“O cristão não pode se deixar levar por uma tradição que impeça de viver o amor, impeça de celebrar a alegria, de vivenciar este momento de fraternidade. Tudo concorre para que sejamos mais irmãos, mais cristãos, mais fraternos.”

“Estamos vivenciando este momento de festa. Um grande casamento entre Deus e a humanidade. Neste casamento, todos nós somos convidados, somos discípulos e missionários de Cristo e estamos participando desta festa. Estamos na posição do mestre da mesa, que fica observando tudo, mandando e esperando que se sirva? Nós estamos no legalismo daqueles mestres de sala? Ou somos a mulher, aqueles que chamam a atenção, que alertam a comunidade para aquilo que tem que ser feito? Ou somos os servos, que estão prontos para servir, prontos para fazer aquilo que pede o mestre.”

“O Evangelho fala de seis talhas que estavam lá para a purificação das pessoas. Essas seis talhas estão intimamente ligadas ao judaísmo. Seis é o número imperfeito, incompleto. A purificação acontecia no momento em que eles ainda não estavam prontos para poder celebrar. Esta água que o Cristo pede para ser utilizada. Ele não pede vinho de outro lugar. Ele não pede para buscar em outras realidades, mas fica com o que está no caminho, com o que está presente naquelas talhas. Cristo quer utilizar de nós mesmos. A partir de nossas atitudes, nosso modo de ser, que Ele quer apresentar o novo jeito de ser como Ele. Que possamos abrir nosso coração inteiramente, acolher esta proposta cristã e apresentar aos nossos irmãos e irmãs. Que sejamos este vinho novo, que dá sabor, que traz alegria de viver!”

Ao final da celebração, o casal Sonia e Donizete, representando todos os paroquianos, homenagearam o Padre Daniel com um presente e uma bela mensagem: “ Eu e Donizete fomos escolhidos para prestar uma pequena homenagem ao Padre Daniel.  Por vezes, sentimos que aquilo que fazemos não é senão uma gota de água no mar. Mas o mar seria menor se lhe faltasse uma gota. A sua humildade, sua simplicidade, seu carinho, mesmo por pouco tempo nos ensinou muito. Muito obrigada por tudo, pela companhia, pelos dias de formação, pelos momentos de convivência. Nós, os paroquianos, te desejamos muitas felicidades nesta nova missão que Deus te confia. Muito obrigada.”

 Pe. Daniel agradeceu a homenagem: “Despedida. Porém eu digo para vocês que a gente vai estar em Montes Claros, muito próximo. Com certeza, em outros momentos, nós estaremos novamente aqui partilhando um pouco mais da vida. Eu queria agradecer imensamente a toda paróquia. Foi um prazo muito curto, mas um tempo favorável para construir amizades profundas. Para estar junto as pessoas de Januária e de Cônego Marinho onde mais atuei. Foi um período muito bom, louvável, onde pude conviver com esta Igreja que tem na sua estrutura grandes missionários. Eu estava na paróquia como servidor, para ajudar e auxiliar naquilo que fosse necessário. Tentei, mas não sei se consegui Padre Laurindo. Foi um prazer imenso. Carrego comigo todas estas pessoas, todos trabalhos, toda a vida que cultivamos aqui. Conservo o melhor de vocês e quando nos voltarmos a encontrar, possamos partilhar um pouco da vida. A acolhida nesta paróquia de fato proporcionou que eu avançasse e crescesse sempre mais. Muito obrigado a todos vocês. Este tempo foi um tempo favorável em minha vida. Muito obrigado Pe. Laurindo por todo apoio, pela presença constante, acompanhando os trabalhos que desenvolvi nesta paróquia.”

Pe. Laurindo também se manifestou: “Nossa gratidão a nossa irmã Sonia e ao nosso irmão Donizete, representando todos os paroquianos. Um sentimento de gratidão pela presença de Pe. Daniel, um irmão da Congregação dos Missionários da Sagrada Família. Primeiramente, gratidão pela irmandade, pela amizade, que não vem de longe, mas que dura mais ou menos 15 anos de caminhada de discernimento para melhor servir a Deus. Pe. Daniel veio aqui para servir e muito me ajudou. Destaco a disponibilidade deste nosso irmão. Por ser disponível, ele está sendo transferido de Januária para Montes Claros onde exercerá a missão como formador e acompanhador no Seminário Sagrada Família em Montes Claros, bairro Ibituruna. Também acompanhará as comunidades e pastorais do município de Glaucilândia. Faço votos de muitas felicidades e muitos êxitos, tanto na formação, quanto no trabalho pastoral com o Povo de Deus. Que Deus conceda mais sempre sabedoria, a graça da perseverança, da fortaleza para resistir as dificuldades que vier a cair sobre a sua vida.” 

Antes da bênção final, Pe. Daniel pediu orações pelas vocações sacerdotais: “Vou estar trabalhando diretamente com as vocações. Peço a vocês que rezem pelas vocações. Para que surjam mais jovens interessados, jovens que queiram ser padres da Igreja. Atualmente temos apenas 3 jovens no seminário. Esta paróquia é um canteiro de missão. Vamos rezar, cultivar e incentivar nossos jovens para abraçar esta missão tão bonita, tão necessária e tão importante para nossa Igreja.”

Após a Santa Missa aconteceu uma confraternização entre os movimentos, pastorais e comunidades para marcar este momento. 


Texto e fotos: Alisson Faria / PasCom Sagrada Família

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