Pe. Laurindo: "Receber as cinzas é reconhecer a nossa realidade, nós somos frágeis, somos pó".

 


Na Quarta-feira de Cinzas, vinte dois de fevereiro, muitos fiéis se reuniram para celebrar essa data tão importante para os cristãos. A Santa Missa das dezenove horas, na Matriz Sagrada Família, foi presidida pelo Pároco Pe. Laurindo Aguiar, msf, e concelebrada pelo vigário Pe. Herbert Rohleder, msf.

Com a igreja cheia, Pe. Laurindo saudou “a todos que vieram celebrar conosco, iniciarmos esse tempo de bênçãos para nós.” Em um momento de silêncio e reflexão Pe. Laurindo pediu que a assembleia refletisse sobre os motivos que nos trouxeram à igreja nesta noite.

Pe. Herbert proclamou o evangelho. Reflitamos acerca da homilia de Pe. Laurindo:

 

“Depois de muitos passos dados chegamos a esse momento que a Igreja nos convida a nos preparar para caminhar, viver e compartilhar da vida de nosso Senhor Jesus Cristo. A Quarta-feira de Cinzas, como a Palavra de Deus sempre nos convida a purificar, é um convite que Deus nos faz para purificar o nosso coração, a tirar tudo que é de mal e nos afasta do projeto de Deus. Tudo aquilo que nos impede de viver verdadeiramente como humano. É um momento para nós sublime, em que somos convidados a nos encontrar conosco mesmo, com a nossa essência, mas encontrar com Deus. E para encontrar conosco é necessário encontrarmos com Deus. Estou aqui porque eu creio, porque reconheço que sou frágil, reconheço as minhas limitações, reconheço o meu afastamento, reconheço que nem sempre tenho vivido o amor, a justiça, a Palavra de Deus. E aqui, mesmo tendo algumas dificuldades, volto o meu coração, o meu ser para deixar que Deus com a sua palavra, com o seu amor, me purifique e me transforme para que eu possa ser um sinal da sua presença, um sinal de luz, um sinal de bênção.”

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“A Quaresma é um tempo de quarenta dias em que caminhamos como Igreja e fazemos um caminho, não que acontece naturalmente sem nenhum esforço; é um caminho que fazemos e que requer de nós esforço, do contrário, não iremos alcançar a graça, não iremos alcançar o avanço, não iremos atingir aquilo que almejamos. Caminhar nem sempre é fácil, requer atitude, requer decisão. Requer querer gastar energia. Requer atitude de coragem para enfrentar as tentações pelo caminho. Fazer o caminho é uma decisão de cada um. E se a gente decide caminhar, fazer bem esse caminho quaresmal, com certeza, Deus vai concedendo a nós a graça. Dizer que nós enquanto cristãos, não somos plenos, somos falhos e só é possível melhorarmos o mundo em que estamos inseridos, só é possível avançar através da conversão. Alguém que não se permite a conversão está fadado a morrer pelo caminho e a não descobrir o verdadeiro amor. Ficar pelo caminho e não comungar verdadeiramente da vida de Jesus. Só é possível um mundo melhor se nos convertermos para um mundo melhor. Descobrir as cinzas não é um ato mágico que nós vamos pegar a cinza e através desse recebimento Deus já vai nos conceder uma graça especial e ‘a gente’ já vai se tornar uma pessoa melhor. Receber as cinzas é reconhecer a nossa realidade, nós somos frágeis, somos pó. Estamos sujeitos a morrer, a perecer. Estamos sujeitos a nos afastar do amor de Deus. E aqui nós estamos reconhecendo essa nossa condição e pedindo a Deus a graça da conversão. Pedindo a Deus a graça da mudança da nossa vida para que o nosso projeto seja o projeto de Deus.”

 


“No momento do recebimento das cinzas nós receberemos também uma mensagem: ‘Convertei-vos e crede no Evangelho’. O sentido do recebimento das cinzas é a nossa conversão, é a mudança de vida e de atitude. O que eu tenho feito até agora que não tem sido satisfatório para a minha transformação, para o meu crescimento, para uma participação mais efetiva e afetiva no projeto de Deus? O Evangelho vai nos convidando a sair da atitude de autossuficiência, de arrogância, de prepotência. Dessa vaidade que nos impede que Deus seja louvado. Às vezes, queremos que ‘a gente’ seja louvado, aclamado. O Evangelho vai nos dizendo que tudo isso é uma contradição naquilo que nós queremos e no que fazemos. Nós queremos alcançar a Deus, mas queremos sempre aplausos. Pensar que a nossa felicidade é agradar, amar e receber o que Deus sempre quis e quer nos dar, de modo especial na Quaresma, o seu amor, o seu perdão. Para isso, é necessário que convertamos. Sem conversão não haverá verdadeira mudança ou comunhão da vida daquele que nós estamos a celebrar nessa Eucaristia, Nosso Senhor Jesus Cristo.”

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“Peçamos a Deus a graça, que aqui já recebemos, de começar bem o Tempo Quaresmal, mas dividir essa graça para que possamos caminhar, fazer os exercícios da Quaresma e com Cristo Jesus celebrar a alegria da vida nova. Momento de intensificarmos a nossa vida de oração, a caridade, a escuta sincera da Palavra de Deus e os encontros fraternos também. Que assim, o Senhor nos ajude, ilumine, nos dê sabedoria, coragem para vivermos esse caminho de penitência e de conversão. Amém.”

 

Antes da bênção final, Pe. Laurindo avisou dos momentos de Adoração ao Santíssimo que acontecem todas as quintas-feiras meia hora antes do início da Santa Missa. E no tempo da Quaresma, a Igreja nos convida a fazer o caminho de Jesus com a via-sacra. Pe. Laurindo avisou que a via-sacra estará acontecendo todas as sextas-feiras quarenta minutos antes da santa missa. Todos são convidados a rezar conosco neste tempo especial da Quaresma!

Padre Laurindo prosseguiu com o rito da bênção das cinzas e após a bênção final todos os fiéis presentes se organizaram em filas para o recebimento das cinzas.

Também aconteceu a Santa Missa na Comunidade São Paulo (Boa Vista), presidida pelo vigário Pe. Marconi Nunes Lira, msf.

 

Clique aqui para a cobertura fotográfica completa.

 

Texto: Juciane Francisca / PasCom Sagrada Família

Fotos: Demétrius Durães / PasCom Sagrada Família

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