Irmão Guilherme: “Em Jesus um coração humano amou plenamente a Deus.”
Uma celebração silenciosa, na Sexta-feira Santa, às 15h, marca
o momento em que Nosso Senhor Jesus Cristo morreu para nossa salvação.
Na Matriz Sagrada Família estiveram presentes nosso pároco
Pe. Laurindo Aguiar, e os vigários Padre Herbert, msf e Pe. Genivaldo Mendes,
msf. O Irmão Guilherme, msf também esteve presente.
Após a entrada em silêncio dos religiosos e a proclamação
das leituras, foi proclamado o Evangelho da Paixão de Cristo segundo São João.
Irmão Guilherme proferiu a homilia, que em muito nos ajudou
a entender este dia tão importante para os cristãos.
Estamos celebrando nesta tarde de sexta-feira a Ação
Litúrgica da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo. O que é a Paixão de Cristo?
Na noite de Quinta-feira Santa participamos da celebração do Lava-pés, a última
ceia de Jesus com seus discípulos. A Instituição da Eucaristia. Neste Evangelho
de São João, Jesus sabendo que tinha chegado sua hora de passar deste mundo
para o Pai, nos amou até o fim. Importante essa palavra passar, deste mundo
para o Pai. Jesus vive a sua páscoa, a sua passagem. Assim como o povo de
Israel, saindo do Egito para a Terra Prometida, fez sua passagem pelo Mar
Vermelho, Jesus irá passar pelo caminho da cruz em direção ao céu, para nos dar
a salvação.
A palavra passar em grego significa sair de si mesmo. Jesus
saiu de si mesmo para entregar sua vida totalmente a cada um de nós e ao Pai do
céu. Por isso temos esta passagem de Jesus. A Paixão de Cristo é o sofrimento
de Jesus no caminho da Cruz. A Igreja nos chama a viver a compaixão com Jesus.
Compaixão significa sentir junto, sentir com a pessoa. Queremos viver com Jesus
este mistério da cruz, nos sentir envolvidos na sua Paixão. Caminharmos com Jesus na via-sacra, buscamos
reconhecer nossos pecados. Todas as vezes que pecamos estamos crucificando
Jesus em nós.
Esta celebração de hoje está em pleno contato com a
celebração de ontem, da Quinta-feira Santa. Na celebração da ceia que Jesus fez
com seus discípulos, se tomavam quatro cálices ou quatro vezes se tomava o
vinho. O primeiro vinho se tomava com ervas amargas. O segundo vinho se tomava
cantando salmos. O terceiro vinho era o vinho da bênção. Foi exatamente este
vinho, o vinho da bênção que Jesus consagrou como seu sangue. Jesus não tomou o
cálice da consumação durante a ceia. A ceia foi interrompida no cálice da
bênção.
No Horto das Oliveiras, Jesus pede que o Pai afaste o cálice,
mas que seja feita não a minha vontade, mas a sua. Jesus sua sangue, está em
plena comunhão com o Pai do céu. Jesus é preso, julgado, condenado. No alto da
cruz, Jesus diz ‘Eu tenho sede’. Jesus que saciou a sede de tantas pessoas, ele
que é a fonte de água viva, tem sede de nosso amor, de nossa doação. O soldado
dá para Jesus beber o vinagre. O vinagre é um vinho amargo. Ele toma o quarto
cálice no alto da cruz. Ele não tomou na ceia. Ele toma no alto da cruz o
cálice da consumação. Depois deste cálice, Ele diz ‘Está tudo consumado’. Do
alto da cruz ele celebra a Eucaristia. Ele celebra plenamente a nossa salvação.
O primeiro homem e a
primeira mulher caíram em tentação. Ouviram a voz da serpente. O homem se tornou
egoísta. Com este coração egoísta, Caim matou Abel, o povo murmurava no deserto
contra Moisés e contra Deus. Deus mandou os profetas, para fazer com que este
coração se voltasse para Deus, mas mesmo assim os homens continuaram com o
coração endurecido, permanecendo surdos a voz dos profetas, a voz de Deus.
Era necessário que um coração humano amasse a Deus. Em Jesus
um coração humano amou plenamente a Deus. Em Jesus um coração humano foi
obediente a vontade do Pai. Diante de Jesus crucificado, um soldado fura seu
coração, um coração que tanto amou, saiu sangue e água, a eucaristia e o
batismo, fonte de misericórdia.
Vivamos este momento no silêncio, em oração de entrega.
Vivamos com reconciliação ao pensarmos todas as vezes que crucificamos Jesus
pelos nossos pecados. Permaneçamos com Jesus, fiéis, para termos uma mudança de
vida. Que esta Paixão não seja outra a mais celebrada em nossa vida. Vamos sair
dela transformados pelo amor e pela misericórdia de Deus.
Pe. Laurindo e Pe. Genivaldo rezaram a Oração Universal. Após
o momento de comunhão eucarística, os presentes fisicamente e também os fiéis
que participaram das transmissões, fizeram o
momento de reverência a Cruz de
Cristo.
Em silêncio terminou esta celebração, já na expectativa da
Vigília Pascal.
Clique aqui para ver a cobertura fotográfica completa.
Texto e fotos: Alisson Faria / PasCom Sagrada Família
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