"O homem deve partilhar daquilo que tem com os que mais necessitam.", reflete Pe. Laurindo na 6ª Missa Sertaneja

 

Vários cavaleiros, amazonas e fiéis participaram da 6ª Missa Sertaneja promovida pela Comunidade São Cristóvão. As atividades começaram logo no início da manhã, com a concentração na Av. São Francisco.

Deste local, seguiu-se a cavalgada pelas ruas de Januária em direção a Capela da Comunidade São Cristóvão. No trevo do Bom Jardim, aconteceu o encontro dos cavaleiros com os carroceiros. Já na Capela, às 10h, teve início a Santa Missa presidida pelo nosso pároco, o Pe. Laurindo, msf. A Santa Missa foi cantada pelo Coral do Terço dos Homens de Brejo do Amparo.

Em sua homilia, Pe. Laurindo refletiu sobre a liturgia do 28º Domingo do Tempo Comum e também sobre a vida do homem do campo.  Veja os principais pontos:

"Queridos irmãos e irmãs, famílias, homem do campo. Talvez hoje a Liturgia da Palavra nos ajuda a responder o questionamento: 'Por que nos colocamos peregrinos pelas estradas da vida?' Talvez esta pergunta nos leva a refletir. A resposta natural deveria ser: 'Eu caminho porque busco aquele que é bom por natureza, busco a Deus.' Ele me faz deslocar de minha casa, ele me faz deixar o campo, deixar os afazeres, para encontrar com os irmãos. No encontro dos irmãos eu já participo do Reino de Deus. Este reino que se revela enquanto justiça, bondade e paz."

"A vida exige de nós esforço, comprometimento, decisão. Se ficarmos de braços cruzados, o Reino de Deus, a vida vai passar. Não enxergaremos aquilo que Deus se revela quando caminhamos. Vocês que aqui estão tem a oportunidade, abrindo os olhos, os ouvidos, o coração, de perceber a bondade de Deus, a ternura de Deus neste momento que estamos celebrando: no olhar do irmão, na presença de cada um, nos símbolos que aqui se faz presente, na realidade do homem do campo, na dureza da vida que hoje é viver na roça. Quem está na cidade se pergunta como aquelas pessoas conseguem viver no campo? Pela fé, pela garra, pelo compromisso, pela esperança."

"No homem do campo percebemos a simplicidade e a humildade, característica essencial de Nosso Senhor Jesus Cristo. Aquele homem ao perguntar Jesus: 'O que devo fazer para ganhar a vida eterna?' Jesus vai dizer: 'Vende tudo!'. Aquele homem não conseguiu se desprender dos bens que tinha. Mas não é só vender. O homem deve vender e dar aos pobres. O homem deve partilhar daquilo que tem com os que mais necessitam. O Deus que é misercórdia, bondade, que é bom, é a Ele que devemos servir. "

"Devemos chegar até o outro, olhar para o próximo. Partilhar aquilo que tens com aquele que precisa. O jovem não tem coragem para se fazer verdadeiramente cristão e vai embora. Jesus diz aos discípulos: 'Como é difícil o homem rico entrar no Reino dos Céus.' Aí podemos pensar: 'Graças a Deus padre, estou fora disso. Porque não tenho muitos bens, não sou rico.' Jesus está falando assim para a comunidade dos discípulos. Nós muitas vezes temos o coração e a mentalidade de rico. Jesus nos fala do perigo de fazer do dinheiro e dos bens o nosso deus. A quem nós ajoelhamos, nós choramos, nós ficamos tristes, nós brigamos, nós dividimos. Jesus está falando para todos nós. O perigo de deixar possuir pelos bens materiais. Jesus não está a condenar a riqueza. Jesus condena o acúmulo da riqueza."

"O homem do campo de modo especial tem batalhado, pegado sol na colheita, para sobreviver na agricultura, na agropecuária, daquilo que se produz no campo. Hoje quem mora no campo são guerreiros, para ter o mínimo para sobreviver e também educar os filhos. A celebração de hoje é um convite para partilhar os bens. Antes, porém, temos que cuidar da nossa mentalidade para partilhar nossos dons espirituais. Se não consigo partilhar meus dons espirituais, não conseguirei partilhar meus bens materiais. Uma coisa está ligada a outra. Que o Senhor nosso Deus, que é bondade, partilha e acolhida possa tocar nesta celebração o nosso coração para que sejamos sempre uma grande família a viver a fraternidade e a acolhida mutuamente."

Após a homilia, duas crianças receberam o Sacramento do Batismo, motivo de muita alegria para a comunidade.

Na procissão do ofertório, foram levados ao altar do Senhor objetos usados no trabalho rural e os frutos da terra, juntamente ao pão e vinho.

Ao final da Santa Missa, a comunidade prestou uma bela homenagem a todos as pessoas que vivem no campo. A imagem de Nossa Senhora Aparecida foi conduzida até o altar onde recebeu uma emocionante homenagem. Pe. Laurindo aclamou em alta voz: "Viva Nossa Senhora Aparecida!" A Assembleia respondeu bem bonito: "Viva!"

Nosso pároco abençoou os cavaleiros, amazonas e carroceiros. Ele também aspergiu toda a assembleia com água benta. A comunidade agradeceu a todos que de uma forma ou de outra colaboraram para mais esta edição da Missa Sertaneja.

Para Pe. Laurindo: "Manifestamos nossa alegria, nossos agradecimentos, nossos parabéns, a todos os envolvidos que trabalharam e buscam incansavelmente edificar esta comunidade no amor e na Palavra de Deus."

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Texto e fotos: Alisson Faria / PasCom Sagrada Família