Na audiência, Papa 'candidata' as famílias para o Prêmio Nobel
O Papa concedeu na manhã desta
quarta-feira, 26, a sua centésima audiência geral no Vaticano. A primeira do
Pontificado de Francisco foi no dia 27 de março de 2013, duas semanas após a
sua eleição.
Desde 10 de dezembro de 2014,
Francisco está desenvolvendo catequeses sobre a Família, que será o tema do
próximo Sínodo, em outubro. Neste mês de agosto, já dissertou sobre duas
dimensões do ritmo de vida familiar: a festa e o trabalho. Hoje foi a vez do
tempo da oração.
Ouvimos continuamente dizer que
“o tempo é pouco; nunca chega para tudo... deveria rezar mais…, gostaria, mas
não tenho tempo”, lamentam muitos cristãos, com sinceridade. Quem tem uma
família, aprende a resolver uma equação que nem os grandes matemáticos
conseguem: dentro das vinte e quatro horas do dia, fazem entrar o dobro. Há
pais e mães que merecem o Prêmio Nobel por isso! O segredo está no carinho que
têm por seus queridos”.
O Papa questionou os fiéis sobre
o amor que sentem pelo Senhor: “Conseguimos pensar em Deus como uma carícia que
nos dá e mantém a vida, uma carícia da qual nem a morte nos pode separar? Ou
pensamos Nele apenas como num grande Ser todo-poderoso, num Juiz que tudo vê e
controla nossas atitudes? Quando o afeto por Deus não acende o fogo, o espírito
da oração não aquece o tempo; mas se o coração for habitado por Deus, até um
pensamento sem palavras ou um beijo mandado por uma criança a Jesus se
transformam em oração”.
Inserindo este conceito no âmbito
da catequese nas famílias, o Pontífice acrescentou que “é belo ver as mães
ensinando aos filhos pequenos a mandar um beijo a Jesus ou a Nossa Senhora.
Este é o espírito da oração, que nos leva a encontrar tempo para Deus,
fazendo-nos sair da obsessão de uma vida onde sempre falta tempo, para
encontrar a paz das coisas necessárias”.
A este ponto, o Papa citou o
episódio narrado no Evangelho de Lucas que fala da visita de Jesus às irmãs
Maria e Marta, quando esta aprendeu que oferecer a hospitalidade, apesar de
importante, não era tudo. Escutar o Senhor, como fazia Maria, era a coisa
realmente essencial, a “parte melhor” do tempo.
“Na oração da família, em seus
momentos mais fortes e nas vicissitudes mais difíceis, nos entregamos uns aos
outros, para que todos sejamos protegidos pelo amor de Deus”, disse Francisco,
concluindo com as seguintes palavras:
“O Evangelho, lido e meditado na
Família, é como um pão bom que nutre o coração de todos de manhã até a noite.
Quando formos para a mesa, aprendamos a rezar juntos, com simplicidade: é Jesus
que vem à nós. Uma coisa que levo no coração e que vi nas cidades: muitas
crianças ainda não aprenderam a fazer o sinal da Cruz. Mães, pais, ensinem suas
crianças a rezar e a fazer o sinal da Cruz; é um dever muito bonito dos pais!”.
Depois de ser longamente
aplaudido por suas palavras e gestos, o Papa saudou os presentes que lotaram a
Praça e leitores traduziram sua catequese em várias línguas. Em português, os
novos alunos do Colégio Pio Brasileiro de Roma mereceram uma saudação
especial.
Fonte: http://br.radiovaticana.va/
Foto: CTV
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